terça-feira, janeiro 31, 2006

Feliz Ano Novo (atrasado...)

Embora não pareça, são bons votos do "ironíssimo" Arnaldo Jabor.

Só nos restam as maldições – 2005: o ano da mentira descarada e da verdade sufocada
Malditos sejais, ó mentirosos, negadores, defraudadores, trampistas, instrujões, songamongas, chupistas, tartufos, sicofantas, embusteiros, trampolineiros e vigaristas, que a peste negra vos cubra de escaras pútricas, que vossas línguas mentirosas sequem e que água alguma vos dessedente, que vossas patranhas, marandubas, fraudes, carapetas, lérias e aldravices se transformem em cobras peçonhentas que se enrosquem em vossos pescoços, que entrem por vossos rabos, cus, rabiotes e fundilhos e lá depositem venenosos ovos que vos depauperem em diarréias torrenciais e devastadoras. Que vossas línguas se atrofiem em asquerosos sapos e bichos pustulentos que vos impedirão de beijar vossas amantes, prostitutas, barregãs e micheteiras que vos recebem nos lupanares de Brasília, nos prostíbulos mentais onde viveis, refocilando-se nas delícias da roubalheira.
Malditos sejais, ladrões, gatunos, pichelingues, unhantes, ratoneiros, trabuqueiros dos dinheiros públicos, dos quais agadanhais, expropriais cerca de 20 por cento de todos os orçamentos, deixando viadutos no ar, pontes no nada, esgotos a céu aberto e crianças mortas de fome, mortas de tudo, enquanto trombeteais programas populistas inócuos.
Que a maldição de todas as pragas do Egito e do Deuteronômio vos impeça de comer os frutos de vossas fazendas escravistas, que não possais degustar o pão de vossos fornos, nem o milho de vossos campos, e que vossas amantes rancorosas vos traiam e contaminem com as mais escabrosas doenças e repugnantes feridas!
Malditos sejais, carecas sinistros, valérios sem valor, homúnculos dedicados a se infiltrar nas brechas, nas breubas do Estado para malversar, rapinar, larapiar desde pequenas gorjetas como a do Marinho, naquele gesto eternizado na TV, até grandes negociarrões com empresas fantasmas em terrenos baldios!
Malditas sejam as caras de pau dos ladravazes, com seus ascorosos sorrisos frios, imunda honradez ostentada, tranqüilo cinistro, baseado na crapulosa legislação que os protege há quatro séculos, por compradiços juízes, legisperitos fariseus que vendilham sentenças por interesses políticos, ocultados por intrincados circunlóquios jurídicos, solenes lero-leros para compadrios e favores aos poderosos; que vossas togas se virem em abutres famintos que vos devorem o fígado, acelerando vossas mortes que virão pelo tédio e por vossa ridícula sisudez esclerosada com que justificais repulsiva liminares e chicanas, que liberam vagabundos ricos e apodrecem pobres pretos na boca do boi de nossas prisões!
Malditos sejais, falsos revolucionários, medíocres carbonários agarrados em utopias velhas de um século, ignorantes que disfarçam a própria estupidez em ideologia, para os fins mais asnáticos, através de meios estapafúrdios; malditos sejam os 25 mil canalhas infiltrados pelos bolchevistas-dirceuzistas-genoínicos na máquina pública, emperrando-a e sugando migalhas do Estado com voracidade e gula! Tomara que sejais devorados pelos carunchos que rastejam nos arquivos empoeirados da burocracia que impede o país de andar! Que a poeira dos arquivos mortos vos sufoque e envenene como o trigo roxo dos ratos!
Malditas sejam também as "consciências virginais", as mentes "puras"que se escandalizam com os horrores, mas nada fazem; malditos os alienados e covardes, malditos os limpos, os não-culpados, os indiferentes, que se acham superiores aos que sofrem e pecam; malditos intelectuais silenciosos que ficam agarrados em seus dogmas e que preparam a espúria reeleição dessa gente e a chagada posterior dos populistas e falsos evangélicos mais sórdidos do país!
Malditos sejam também os governistas que ousam negar o mensalão, malditos sejam os técnicos despudorados que ostentam uma "seriedade" lógica e contábil nos fundos de pensão e em estatais, de onde jorrou o grosso do dinheiro do valerioduto, tão bem ilustrado pelo jato de água e lama na fazenda do Delúbio, com sua cara destabocada e de maus dentes! Malditas sejam as metáforas que escorrem dos bolsos do lula como pequenas lesmas, gordas sanguessugas, carrapatos infectos. Que essas metáforas lhe carcomam o corpo e que seus bonés, barretes, toucas e gorros de Papai Noel demagógico lhe atazanem o crânio até ele confessar que sabia de tudo, sim! Que sua cara denuncie tudo o que ele é, desde a vermelhidão crescente de suas bochechas até as sombrancelhas de diabo que traem o sorriso populista para enganar os mais pobres!
Malditos os que querem desfazer a única coisa que segurou o Brasil nesses três anos: a "herança bendita" da economia; malditos os que desejam destruí-la para trazer de volta a inflação e a irresponsabilidade fiscal, malditos anjos da cara suja, malditos olhinhos vorazes, malditos espertos fugitivos da cassação, anatematizados e desgraçados sejam os que levam dólares na cueca e, mais que eles, os que levam dólares às Bahamas, malditos os que usam o amor ao povo"para justificar suas ambições fracassadas, malditos severinos que rondam ainda, malditos waldomiros e waldemares que rondam ainda, malditos dirceus, arroz-de-festa de intelectuais mal informados, malditos sejam pois neles há o desejo de fazer regredir Brasil para o velho Atraso pustulento, em nome de suas doenças mentais infantio!
Se ele prevalecerem, voltará o dragão da inflação, com sete cabeças e dez chifres e sete coroas em cada cabeça, e a prostituta do Atraso virá montada nele, berrando todas as blasfêmias, vestida de vermelho, segurando uma taça cheia de abominações, suas fornicações e ela, a besta do Atraso, estará beba com o sangue dos pobres e em sua testa estará escrito: Mãe de todas as meretrizes e Mãe de todos os ladrões que paralisam nosso país.
Só nos resta isso: maldizer.
Portanto: que a peste negra vos devore a alma, políticos canalhas, que vossos cabelos com brilhantina vos cubram de uma gosma repulsiva, que vossas gravatas bregas vos enforquem, que os arcanjos de 2006 vos exterminem para sempre!
Feliz ano novo!

Verdade Bíblica

"Tudo tem a sua ocasião própria, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu.
Há tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou;
tempo de matar e tempo de curar; tempo de derribar e tempo de edificar;
tempo de chorar e tempo de rir; tempo de prantear e tempo de dançar;
tempo de espalhar pedras e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar e tempo de abster-se de abraçar; tempo de buscar e tempo de perder; tempo de guardar e tempo de deitar fora;
tempo de rasgar e tempo de coser; tempo de estar calado e tempo de falar;
tempo de amar e tempo de odiar; tempo de guerra e tempo de paz."

segunda-feira, janeiro 30, 2006

Adélia Prado

Esse blog está ficando um luxo! Adorei os novos posts, adorei a praia (que vontade de passar o ano todo nesse mar azul, nessa areia branca...). Lendo, hoje, Manoel de Barros apareceu na vontade de pôr um poema aqui. Depois. Por enquanto, olha esse da Adélia, que lindo. Tem alguns poemas dessa velhinha de Divinópolis que eu amo...

Ensinamento

Minha mãe achava estudo
a coisa mais fina do mundo.
Não é.
A coisa mais fina do mundo é o sentimento.
Aquele dia de noite, o pai fazendo serão,
ela falou comigo:
"Coitado, até essa hora no serviço pesado".
Arrumou pão e café, deixou tacho no fogo com água quente.
Não me falou em amor.
Essa palavra de luxo.

sexta-feira, janeiro 27, 2006

Antes que ele venha puxar meu pé a noite...

Kroll, olha que legal que achei do "Passarinho"... beijo e bom findes procês da capitarrr...

O meu primeiro amor e eu sentávamos numa pedra que havia num terreno baldio entre as nossas casas.Falávamos de coisas bobas, isto é, que a gente grande achava bobas,como qualquer troca de confidências entre crianças de cinco anos.
Crianças...
Parecia que entre um e outro nem havia ainda separação de sexos, a não ser o azul imenso dos olhos dela, olhos que eu não encontrava em ninguém mais, nem no cachorro e no gato da casa, que tinham apenas a mesma fidelidade sem compromisso e a mesma animal - ou celestial - inocência.
Porque o azul dos olhos dela tornava mais azul o céu: não, não importava as coisas bobas que disséssemos, éramos um desejo de estar perto, tão perto que não havia ali apenas duas encantadas criaturas, mas um único amor sentado sobre uma tosca pedra.
Enquanto a gente grande passava, caçoava, ria-se, não sabia que eles levariam procurando uma coisa assim por toda a sua vida..." Mário Quintana

quinta-feira, janeiro 26, 2006


QUERO UMA PRAIA BEM LINDA!!!!

Alguém tá a fim de um mergulho no carnaval???
Aqui na roça tá dando 37o C na sombra....

Tudo e mais um pouco

Pois estou aqui, a idealizadora do blog, que logicamente não teria se concretizado sem a disponibilidade da minha amiga. A idéia já foi exposta: compartilhar coisas bacanas, alegres, divertidas, como sempre fizemos ao longo deste 13 anos de convivência. Este blog é um encontro, ou melhor, um reencontro. De duas grandes amigas e de "quem mais chegar"... Beijo! Quel

Vincent

A idéia desse blog foi da Quel, a sumida Quel, que anda trabalhando demais. Eu bem que avisei: desiste dessa idéia de ser advogada!

Acontece que o propósito de Pasárgada é justamente trazer o conforto que a vida real não permite - então, o combinado é que aqui só entra coisa boa. E aí me ocorreu uma música de que eu realmente gosto desde menina, mas que pouca gente conhece. Ela tem dois nomes - Starry starry night e Vincent - e é uma espécie de declaração de amor a Vincent Van Gogh. Van Gogh era um cara recluso e bastante controverso, segundo dizem. As pinturas, ao contrário, recebiam cores vivas e traços fortes. Don Mclean, o autor da música, considerou isso uma espécie de aviso do pintor sobre o mundo e agradece a ele por isso, além de mostrar pesar por a humanidade não ter podido entender.

Falando nisso, li hoje num site (cujo nome é Pitoresco) que existem várias hipóteses sobre a mutilação da orelha do pintor. A mais famosa diz que ele se cortou por amor a uma mulher, Raquel (é claro que eu tinha que dar os nomes aos bois, digo... deixa pra lá). A outra é que ele e Paul Gauguin se atracaram e Gauguin cortou a orelha do colega de profissão.

Outro dia recebi um power point com pinturas de Van Gogh e a letra da canção. Mas estava difícil de ler e sem sincronia. Hoje, do alto da minha enorme insônia por conta desse calor absurdo, resolvi reeditar o pps. E aí está, galera, uma música antiga, que me marcou muito, primeiro pela sonoridade, depois tb pela letra. E as pinturas de Van Gogh, que ilustram bem o que isso quer dizer.

Ah! Tem a tradução, pra quem é analfabeto em inglês.

Peço a todos o carinho de baixar o power point, uma vez que eu não tenho a mínima idéia de como inserir isso pra vcs verem pelo site. O link é http://rapidshare.de/files/11846002/Starry_starry_night.ppt.html. Vc clica e desce a barra de rolagem. Aí clica em 'free', vai aparecer uma contagem regressiva e um código que vc vai ter que copiar (como quase tudo, hoje em dia). Finalmente, clique em 'download' e escolha 'abrir com power point' ou 'salvar'. É chatinho, mas - fazer o quê, né? - é grátis.

Beijos a todos.

sábado, janeiro 21, 2006

Vou-me embora pra Pasárgada

Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada

Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconseqüente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que eu nunca tive

E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d'água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada

Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar

E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
— Lá sou amigo do rei —
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada