Embora não pareça, são bons votos do "ironíssimo" Arnaldo Jabor.
Só nos restam as maldições – 2005: o ano da mentira descarada e da verdade sufocada
Só nos restam as maldições – 2005: o ano da mentira descarada e da verdade sufocada
Malditos sejais, ó mentirosos, negadores, defraudadores, trampistas, instrujões, songamongas, chupistas, tartufos, sicofantas, embusteiros, trampolineiros e vigaristas, que a peste negra vos cubra de escaras pútricas, que vossas línguas mentirosas sequem e que água alguma vos dessedente, que vossas patranhas, marandubas, fraudes, carapetas, lérias e aldravices se transformem em cobras peçonhentas que se enrosquem em vossos pescoços, que entrem por vossos rabos, cus, rabiotes e fundilhos e lá depositem venenosos ovos que vos depauperem em diarréias torrenciais e devastadoras. Que vossas línguas se atrofiem em asquerosos sapos e bichos pustulentos que vos impedirão de beijar vossas amantes, prostitutas, barregãs e micheteiras que vos recebem nos lupanares de Brasília, nos prostíbulos mentais onde viveis, refocilando-se nas delícias da roubalheira.
Malditos sejais, ladrões, gatunos, pichelingues, unhantes, ratoneiros, trabuqueiros dos dinheiros públicos, dos quais agadanhais, expropriais cerca de 20 por cento de todos os orçamentos, deixando viadutos no ar, pontes no nada, esgotos a céu aberto e crianças mortas de fome, mortas de tudo, enquanto trombeteais programas populistas inócuos.
Que a maldição de todas as pragas do Egito e do Deuteronômio vos impeça de comer os frutos de vossas fazendas escravistas, que não possais degustar o pão de vossos fornos, nem o milho de vossos campos, e que vossas amantes rancorosas vos traiam e contaminem com as mais escabrosas doenças e repugnantes feridas!
Malditos sejais, carecas sinistros, valérios sem valor, homúnculos dedicados a se infiltrar nas brechas, nas breubas do Estado para malversar, rapinar, larapiar desde pequenas gorjetas como a do Marinho, naquele gesto eternizado na TV, até grandes negociarrões com empresas fantasmas em terrenos baldios!
Malditas sejam as caras de pau dos ladravazes, com seus ascorosos sorrisos frios, imunda honradez ostentada, tranqüilo cinistro, baseado na crapulosa legislação que os protege há quatro séculos, por compradiços juízes, legisperitos fariseus que vendilham sentenças por interesses políticos, ocultados por intrincados circunlóquios jurídicos, solenes lero-leros para compadrios e favores aos poderosos; que vossas togas se virem em abutres famintos que vos devorem o fígado, acelerando vossas mortes que virão pelo tédio e por vossa ridícula sisudez esclerosada com que justificais repulsiva liminares e chicanas, que liberam vagabundos ricos e apodrecem pobres pretos na boca do boi de nossas prisões!
Malditos sejais, falsos revolucionários, medíocres carbonários agarrados em utopias velhas de um século, ignorantes que disfarçam a própria estupidez em ideologia, para os fins mais asnáticos, através de meios estapafúrdios; malditos sejam os 25 mil canalhas infiltrados pelos bolchevistas-dirceuzistas-genoínicos na máquina pública, emperrando-a e sugando migalhas do Estado com voracidade e gula! Tomara que sejais devorados pelos carunchos que rastejam nos arquivos empoeirados da burocracia que impede o país de andar! Que a poeira dos arquivos mortos vos sufoque e envenene como o trigo roxo dos ratos!
Malditas sejam também as "consciências virginais", as mentes "puras"que se escandalizam com os horrores, mas nada fazem; malditos os alienados e covardes, malditos os limpos, os não-culpados, os indiferentes, que se acham superiores aos que sofrem e pecam; malditos intelectuais silenciosos que ficam agarrados em seus dogmas e que preparam a espúria reeleição dessa gente e a chagada posterior dos populistas e falsos evangélicos mais sórdidos do país!
Malditos sejam também os governistas que ousam negar o mensalão, malditos sejam os técnicos despudorados que ostentam uma "seriedade" lógica e contábil nos fundos de pensão e em estatais, de onde jorrou o grosso do dinheiro do valerioduto, tão bem ilustrado pelo jato de água e lama na fazenda do Delúbio, com sua cara destabocada e de maus dentes! Malditas sejam as metáforas que escorrem dos bolsos do lula como pequenas lesmas, gordas sanguessugas, carrapatos infectos. Que essas metáforas lhe carcomam o corpo e que seus bonés, barretes, toucas e gorros de Papai Noel demagógico lhe atazanem o crânio até ele confessar que sabia de tudo, sim! Que sua cara denuncie tudo o que ele é, desde a vermelhidão crescente de suas bochechas até as sombrancelhas de diabo que traem o sorriso populista para enganar os mais pobres!
Malditos os que querem desfazer a única coisa que segurou o Brasil nesses três anos: a "herança bendita" da economia; malditos os que desejam destruí-la para trazer de volta a inflação e a irresponsabilidade fiscal, malditos anjos da cara suja, malditos olhinhos vorazes, malditos espertos fugitivos da cassação, anatematizados e desgraçados sejam os que levam dólares na cueca e, mais que eles, os que levam dólares às Bahamas, malditos os que usam o amor ao povo"para justificar suas ambições fracassadas, malditos severinos que rondam ainda, malditos waldomiros e waldemares que rondam ainda, malditos dirceus, arroz-de-festa de intelectuais mal informados, malditos sejam pois neles há o desejo de fazer regredir Brasil para o velho Atraso pustulento, em nome de suas doenças mentais infantio!
Se ele prevalecerem, voltará o dragão da inflação, com sete cabeças e dez chifres e sete coroas em cada cabeça, e a prostituta do Atraso virá montada nele, berrando todas as blasfêmias, vestida de vermelho, segurando uma taça cheia de abominações, suas fornicações e ela, a besta do Atraso, estará beba com o sangue dos pobres e em sua testa estará escrito: Mãe de todas as meretrizes e Mãe de todos os ladrões que paralisam nosso país.
Só nos resta isso: maldizer.
Portanto: que a peste negra vos devore a alma, políticos canalhas, que vossos cabelos com brilhantina vos cubram de uma gosma repulsiva, que vossas gravatas bregas vos enforquem, que os arcanjos de 2006 vos exterminem para sempre!
Feliz ano novo!